GÊNERO, CLASSE E RAÇA NO TRABALHO DO CUIDADO NO BRASIL: UM EXERCÍCIO TEÓRICO-ANALÍTICO
Palavras-chave:
trabalho do cuidado, interseccionalidade, gênero, classe, raçaResumo
Este artigo aborda o trabalho do cuidado no Brasil a partir de uma análise interseccional, conectando as dimensões de gênero, classe e raça. Através de uma abordagem teórica que se fundamenta em conceitos de autores como Crenshaw, Hirata e Kergoat, o estudo evidencia como o trabalho de cuidado é uma expressão das desigualdades estruturais na sociedade, com destaque para o papel histórico das mulheres, particularmente as negras e de classes populares, na execução dessas tarefas. A divisão sexual do trabalho, que naturaliza as responsabilidades de cuidado para as mulheres, é analisada como um pilar da organização social e econômica, onde as tarefas reprodutivas são desvalorizadas, apesar de essenciais para a reprodução social. Os dados da PNAD Contínua 2019 reforçam essas desigualdades, demonstrando a disparidade de tempo dedicado aos cuidados e afazeres domésticos entre homens e mulheres, bem como a sobrecarga das mulheres negras, que estão desproporcionalmente representadas nessas atividades. A análise propõe, ainda, caminhos para futuras pesquisas, como a valorização do trabalho de cuidado e a implementação de políticas públicas que reconheçam sua importância. O estudo conclui que a interseccionalidade é uma ferramenta fundamental para compreender a complexidade dessas desigualdades e a necessidade de uma abordagem mais inclusiva e transformadora.
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