REFERÊNCIAS CULTURAIS AFRO-BRASILEIRAS: QUESTÕES PARA ESTUDOS SOBRE PRESERVAÇÃO CULTURAL
Palabras clave:
referência cultural, afro-brasileiro, preservação, patrimônio, racismoResumen
O presente artigo busca promover reflexões sobre as referências culturais afro-brasileiras e matriz africana como patrimônio cultural brasileiro. O reconhecimento das expressões culturais dos afro-brasileiros como o samba, a capoeira e os terreiro de candomblé, dentre outras, é fenômeno recente e carece de discussões sobre o sentido, significado e implicações no campo de estudos e nas políticas públicas de patrimônio cultural. Apontamos aqui para a necessidade de pautar este debate na perspectiva dos dos sujeitos produtores e fazedores dessas culturas, a população negra ou afro-brasileira, filhos/as da diáspora africana escravizados/as e seus descendentes explorados economicamente, tiveram suas histórias e culturas invisibilizadas, marginalizada e apagadas pelo colonizador europeu. Como promover políticas de preservação de referências culturais marcadas historicamente pela marginalização, exclusão, preconceitos, desigualdades raciais e sociais? Como preservar o que não se conhece diante da tamanha injustiça impostas aos africanos escravizados e seu descendente no Brasil? Motivados por essas e outras questões, este texto foi construído com base nas investigações do Grupo de Estudo Patrimônio, Educação e Cultura Afro-Brasileira, que busca problematizar o reconhecimento da cultura afro-brasileira e matriz africana como patrimônio cultural em uma sociedade altamente fragmentada, desigual, relações assimétricas de poder, estruturada historicamente sob a lógica do racismo (em diferentes níveis e dimensões). Um texto construído a partir do fazer sociológico enquanto conhecimento socialmente situado e relacionado com o nosso lugar no mundo e às experiências que vivemos na perspectiva de uma produção acadêmica inter/multi/transdisciplinar para uma educação antirracista e ações afirmativas, no âmbito do PPGPaCS/UFRRJ.
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